A volta da vida fora da caixa: o que tem rolado pela cidade?
Você já reparou como as ruas voltaram a ficar cheias na sua cidade? Com o fim da obrigatoriedade do uso de máscaras em diversas regiões, um hábito crescente, que tomou as ruas durante a pandemia, ganhou ainda mais força: ocupar espaços abertos para se divertir.
Nessa retomada, os aeroportos e rodoviárias não ficaram de fora: o volume de atividades turísticas no Brasil cresceu 29,1% em janeiro de 2022, comparado ao mesmo mês, em 2020. E os turistas que retomaram suas viagens aprovaram a estrutura do Largo da Tieta. “Achei muito bom poder curtir com meus amigos num espaço aberto e me sentindo seguro”, conta o especialista em meio ambiente e sustentabilidade Carlos Eduardo Marques
Um pedacinho da Mata Atlântica no coração da selva de pedras paulistana
Em São Paulo, a retomada à “vida fora da caixa” ganha força em espaços versáteis e adaptados ao novo contexto. Um exemplo de sucesso é o AMATA, casa noturna localizada em Pinheiros, a cerca de 10 minutos de caminhada da estação Faria Lima do Metrô.
A arquitetura do AMATA chama a atenção. Inspirado no conceito ‘’Pocket Park”, o AMATA conta com mais de 50 espécies de plantas da Mata Atlântica. Para completar, um rooftop com vista para o Instituto Tomie Ohtake torna o espaço um verdadeiro refúgio em meio à selva de “concreto e aço” de São Paulo.
Foto divulgação AMATA
A programação semanal explora hip-hop, trap, funk, música eletrônica e brasilidades nas duas pistas, uma interna e outra externa. Tasha e Tracie, Djonga e Karol Conká são presenças ilustres no AMATA. Os artistas também curtem a vibe junto com o público. Além de boa música e um ambiente descontraído, o bar oferece um menu exclusivo com mixologia autoral e gastronomia inclusiva e com ingredientes naturais, entre eles cumaru, mel de uruçu, cambuci e jambú.
Foto divulgação AMATA
Curtindo os ritmos de Salvador
Em Salvador, o avanço da vacinação deu vida a novos espaços culturais como o Largo da Tieta, inaugurado em dezembro de 2021 no coração do centro histórico do Pelourinho. Mesmo com pouco tempo de funcionamento, o local já foi palco para grandes nomes da música popular brasileira, como a cantora Daniela Mercury e os grupos Araketu e Psirico. Sob a benção do céu soteropolitano, é possível celebrar no ritmo do Olodum e apreciar a exuberância do Bloco Ilê Aiye e do Cortejo Afro, que também costumam marcar presença no espaço.
Foto: Matheus Ross
No Rio, a arte de rua se recupera
Após três meses em queda, o faturamento dos restaurantes do Rio aumentou 2,3% em dezembro de 2021. A retomada se espalha por todos os cantos da cidade. O centro do Rio de Janeiro, assim como o da maioria das grandes capitais, leva a fama de ficar com as ruas desertas após o horário comercial. Mas o bairro da Saúde pode ser considerado uma exceção.
Foto: Michelle Beff
Aos pés do Morro da Conceição, música e comida boa são fatores históricos. A localidade faz parte da Pequena África, nomenclatura criada pelo cantor e compositor Heitor dos Prazeres para descrever a região portuária que serviu de moradia para milhares de pessoas negras a partir do século XVII. Com a força que vem dos ancestrais, o Moça Prosa é um dos que busca preservar a história e tradição do samba no local. Formado somente por mulheres, o grupo de samba tem dez anos de estrada, seis deles ocupando o Largo de São Francisco da Prainha, onde proporciona boa música com contribuição colaborativa.
“Somos a primeira roda de samba de mulheres nascida na Pedra do Sal. A partir de 2016, migramos para o Largo, onde cabe mais gente. Lá nos tornamos donas do nosso próprio negócio e passamos a gerar renda para cerca de 30 pessoas, do eletricista aos expositores de artesanato e alimentos”, conta Fabíola Machado, vocalista do Moça Prosa.
Foto: Michelle Beff
Cercado de casarões de arquitetura colonial onde funcionam bares e restaurantes, o Largo da Prainha é reduto do samba e da boemia quase todos os dias da semana. São os brasileiros celebrando a redução da pandemia e a retomada das ruas pelo Brasil.
E, se você reparar bem, seja no VLT do Rio, no metrô da Bahia ou no aeroporto de Congonhas em São Paulo, vai encontrar uma tela da Eletromidia com mais informações e serviços para quem voltou a ocupar as ruas do Brasil.
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